sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Música Salva! (15) - Primeira Epístola Matemática

Enviado originalmente em 18/05/2013.


Por que escrever? Mais ainda: porque escrever ISSO?? Mais, mais ainda: por que escrever ISSO e ainda por cima ter a coragem - cara-de-pau - de clicar no botão enviar???

O motivo me foge, mas muito provavelmente é simples - como a maioria das coisas que não sabemos. Não sei o porquê, mas sei que é simples. E sei também da complexidade que envolve chegar a essa simplicidade. Muita matemática, álgebra e geometria envolvidas. Não que a matemática seja complexa. Na verdade, é o que de mais simples existe nesse imenso pequeno universo. Só que a questão não é o que ela é de fato, mas como a enxergamos. E sim, nós a enxergamos com olhos nublados, cheios de reservas, sempre complexando. Por isso me pego com tanta frequência, "nem tentando" achar o(s) motivo(s). E o "nem tentar" é algo viciante. Com o tempo, toma proporção e força gigantes. Se transforma em um dinossauro que engole sem mastigar. Mais precisamente, TE engole sem mastigar.

Por isso, eu tento não tentar "nem tentar". Ou pelo menos, tento "nem tentar" com menos frequência. Nem sempre dá resultado. Muitas vezes o dinossauro é mais rápido e quando menos percebo: nhac! É só bílis e suco gástrico. De dinossauro! E não é bom, eu garanto.

De vez em quando eu sou mais rápido e obtenho algum resultado, mas não significa que ele seja bom, de qualidade. Mas com a mesma frequência com que uma estrela entra pela sua janela às três da manhã pra te despertar e te convida pra um passeio noturno, eis que algo de razoável surge. E então você parece estar enganado ou iludido o bastante pra crer que valeu a pena "nem tentar" menos.

Mas o por quê disso tudo, isso eu não sei. Isso só a Matemática pode dizer. Porque só a Matemática é sincera o bastante. Só a Matemática salva. Só Ela cuida. Ela é simples e direta. Objetiva. O que é, é e o que não é, não é! Ponto final! Sem exceções, sem caprichos, sem regras mal entendidas, entrelinhas ou cláusulas em letras miúdas. Sem mudanças de plano abruptas.

E porque a Matemática se preocupa tanto conosco, ela enviou uma filha pra representá-la na Terra e nos salvar. O nome dessa filha é Música! E irmãos, eu falo por experiência própria: a Música salva!

Talvez porque ela tenha me salvado tantas vezes e me salve a cada dia eu ainda me esforce pra ser um profeta agradecido. Professando suas glórias e milagres pessoalmente e através de epístolas. Dou boas novas à uns Coríntios aqui, à uns Tessalonicenses acolá.

Mas claro que essa seria a explicação mais bonita. Não é totalmente verdade. Tem também o narcisismo. E sem querer fazer trocadilho, esse é o lado feio da história. Aquele vermezinho chamado Ego que, quando quer, consegue engolir qualquer dinossauro. Sem tempero e à seco. Sem nem mesmo um copo d'água. Eu odeio o meu Ego. Mas eu não sobreviveria sem ele. É um mal necessário. Talvez uma habilidade poderosa que a Matemática nos conferiu por uma questão de auto-preservação. É um mecanismo de defesa - e também de ataque - tão importante quanto as unhas e os dentes. Só se preocupa em sobreviver quem tem um mínimo de Ego. O Ego é o que alguns "hipocritinhas" tentaram - até com certo sucesso, admito - transformar em "amor próprio" ou "auto-estima". São termos não-matemáticos pra fazer uma coisa parecer outra, mais palatável.

Unindo os pensamentos, posso dizer que só faz música - ou qualquer forma de arte - quem tem o Ego suficientemente grande para crer que aquilo que se tem internalizado é tão importante que merece ser colocado pra fora pra ser visto/ouvido/sentido por outras pessoas. E essa é a forma mais pornográfica que existe de se mostrar. Dá vergonha, e a vontade do "nem tentar".

Então temos a Matemática, a Música e o Ego: Mãe, Filha e Espírito Santo. Essa Trindade reunida pra nos salvar. Mas sobre isso eu não posso falar mais. É uma questão de fé! Fé-matemática, claro! Um + um + um = três. A Divina Trindade.

Me perdi bastante pra acabar admitindo mais uma vez que eu não sei o porquê disso tudo. Não tenho ideia. Mas entre dinossauros, estrelas matutinas, epístolas sem nexo, teoremas vários, uma tremenda cara-de-pau e muita falta de coisa melhor pra fazer, eu sei que preciso enviar essas mensagens porque tenho uma fé-egoica-matemática de que a Música salva.

O "Música Para Os Ouvidos" se transforma a partir de agora em "Música Salva!". A contagem continua, claro, por uma questão MATEMÁTICA!

O Ego passa de vilão a bom-moço desde que praticado com moderação. Afinal, não é porque temos unhas e dentes que saímos gratuitamente arranhando e mordendo pessoas pelas ruas. A mesma lógica deve valer no caso do Ego. Viram?! LÓGICA! MATEMÁTICA!

Sinto que não era só isso, mas por hoje não há mais tempo.

Mais sobre esses e outros assuntos triviais, nas próximas epístolas.

E simples mesmo teria sido dizer toda essa baboseira acima em umas poucas palavras.

Assim, por exemplo:

"Tardei, tardei, tardei, mas cheguei.
Enfim."


Tardei - Rodrigo Amarante
Álbum: Cavalo

Obrigado aos que chegaram até aqui, junto comigo. Enfim.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Pintou um tubarão...

"Cozinhar é igual aprender a nadar. Tá entendendo?
Você não vai pegar e já sair nadando borboleta. Ou golfinho - a mesma coisa.
Você já viu alguém fugindo de tubarão e nadando borboleta? Hein?! 

'- Olha o tubarão!'

'- Vai afundar... vamos para... a cidade... estou vendo o cais do porto... vamos crianças...'

NEM O CAPITÃO MARVEL, MEU QUERIDO!
NEM O CAPITÃO MARVEL!

Então, nunca fuja de tubarão.
Pintou um tubarão?!

Vai no crawl."

Mestre Tiefenthaler

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

De repente, trinta

"Everybody's wishing me...

...a happy birthday."

"A phone call my telephone.
   I can tell I have some mail."